Há 30 anos um jovem sueco lançava aquele que passou a ser
considerado por muitos, um dos melhores álbuns de guitarra de todos os tempos,
em uma época em que tocar o maior número de notas possíveis em um menor espaço
de tempo era melhor, a fusão de rock e música clássica apresentada por Lars
Johan Yngve Lannerbäck, mundialmente conhecido como Yngwie Malmsteen, revolucionou
a história da guitarra e colocou tal fusão em um outro patamar.
Nascido em 30 de junho de 1963 em Estocolmo, Suécia, Yngwie
começou cedo no mundo da música, aos 5 anos já tinha aulas de piano e trompete,
mas após ver Jimi Hendrix queimar uma guitarra na televisão em 1967, decidiu
que queria se dedicar ao instrumento. Malmsteen também foi altamente
influenciado por Richie Blackmore – que também misturava rock com elementos da
música erudita -, como o próprio confirmou em entrevista à revista Guitar
Player: “Fireball, do Deep Purple, foi o meu primeiro disco, que ganhei quando
tinha oito anos de idade. Nunca havia escutado um disco de rock antes e
Blackmore foi o primeiro guitarrista que ouvi tocar. Ele foi minha grande
inspiração e influencia quando eu era criança”.
Yngwie passou por bandas como Steeler e Alcatrazz, mas foi
em carreiro solo que realmente decolou. Seu disco de estréia, intitulado
“Rising Force”, foi lançado em 5 de março de 1984 via Polydor, o trabalho chegou ao número 60 da parada da Billboard, uma marca importantíssima, além de ter sido indicado ao Grammy como "Melhor Disco de Rock Instrumental". Produzido pelo próprio Malmsteen em parceria com os engenheiros Les Claypool e Peter Vargo, o álbum traz o estilo inconfundível e o timbre
característico do músico, moldado pela combinação de Fender Stratocaster e
Amplificadores Marshall.
O sueco cuidou das gravações de guitarra e baixo e foi
acompanhado por músicos excelentes, Barriemore Barlow (bateria) Jens Johansson (teclados) e um dos
melhores vocalistas de rock de todos os tempos, Jeff Scott Soto, que em apenas
duas músicas conseguiu mostrar todo o seu potencial e até hoje é considerado
por muitos o melhor cantor que Yngwie teve em sua banda.
A abertura de Rising Force se dá com “Black star”, com uma
belíssima introdução ao violão, música que tem presença certa nos shows do
guitarrista, o mesmo acontece com “Far Beyond The Sun”, clássico absoluto de
Yngwie, a faixa contém uma das principais ferramentas utilizadas por ele, a
escala menor harmônica. Além de ser famoso por sua incrível velocidade,
Malmsteen também executa bends precisos e certeiros, com um feeling assombroso.
O álbum todo é perfeito e sensacional, com certeza a melhor
fase do sueco, outros destaques são “Evil Eye”, “ Icarus’ Dream Suite Op. 4”,
que traz uma releitura do adágio de Albinoni e o encerramento do álbum com
“Farewell”, nesta Malmsteen constrói uma melodia maravilhosa utilizando apenas
harmônicos naturais (técnica em que o guitarrista encosta levemente o dedo
sobre os trastes da guitarra enquanto palheta a corda).
Apesar de altos e baixos em sua carreira e de ter tido sua
melhor fase nos anos 80, Yngwie Malmsteen pode se orgulhar, pois sua estreia
foi um marco na história da guitarra, divisor de águas, um trabalho primoroso,
inspirado, que influenciou e ainda influencia guitarristas pelo mundo todo. O
fato de ser amado por uns e odiado por muitos não tira de Malmsteen a acunha de
gênio das seis cordas.
Track-list
1."Black Star"
2."Far Beyond the Sun"
3."Now Your Ships Are Burned"
4."Evil Eye" 5:14
5."Icarus Dream Suite Op. 4"
6."As Above, So Below"
7."Little Savage"