terça-feira, 3 de junho de 2014

Resenha - Noturnall - Noturnall

Debut avassalador!

Por Paulo Pontes

Não poderia ser diferente, integrantes de uma das melhores bandas do Brasil se juntam a um dos melhores bateristas do mundo, resultado, o álbum de estreia do Noturnall é incrível.


Para quem não sabe, a banda é formado pelos integrantes do Shaman (Thiago Bianchi, Léo Mancini, Fernando Quesada e Jr. Carelli), além de ter na bateria o grande Aquiles Priester.
O álbum já começa matador, "No Turn At All" é pesadíssima, os vocais do Thiago Bianchi estão agressivos - diferente de outros registros - mas ao mesmo tempo apresentam aquela melodia e sensibilidade que já conhecemos, em alguns momentos soa como uma mistura de Phil Anselmo e Chuck Bily, mas com a pegada e características vocais marcantes de Thiago. Só ouvindo para ter uma noção do que estou falando.
As guitarras de Léo Mancini estão com um peso descomunal, e a propósito, como o cara é completo e diversificado no instrumento,  quem já ouviu outros trabalhos do Léo, incluindo seu álbum de versões Acoustic Hits, percebo o quanto o cara é bom independente da vertente em que se propõe a tocar. Os riffs de Noturnall são sensacionais, os solos que Léo faz juntamente com os teclados de Jr. Carelli se completam e mostram muita técnica e feelling apuradíssimos.
A cozinha da banda é indescritível, falar que o Aquiles é um excepcional baterista é com certeza chover no molhado, o cara não para um minuto nas músicas mais rápidas, viradas precisas, ataques certeiros nos pratos, uma pegada violentíssima, alem de um ótimo som de bateria. O baixo de Fernando Quesada contribui de forma única para com todo este peso do, e não poderia ser de outra maneira, na minha opinião Quesada está entre três melhores baixistas do Brasil.
Você deve estar pensando: -PQP! O maldito escreveu tudo isso e só falou da primeira música...
Calma! Têm mais alguns destaques, a segunda música do cd é um deles. "Nocturnal Human Side" tem todas as características da anterior e de quebra conta com a participação de um vocalista, que pode ser considerado um dos melhores da atualidade, Russell Allen, que não apenas participou da música, como, foi o produtor do álbum, demonstrando saber muito sobre o assunto. Vale ressaltar o "casamento" perfeito que as vozes formaram neste petardo.
"Hate", um metal moderno que logo de cara dispara: "Hate! Fuck your hate!", tem uma estrutura complexa e variações de tempo e dinâmica que, apenas músicos de tal calibre conseguem transmitir de forma natural. 
Mas, nem só de pancadaria vive o metal, "Last Wish" é de uma sensibilidade impar e realmente cumpre seu papel, Bianchi dá um show a parte.
Este é um daqueles álbuns que escutamos e de repente damos conta, não pulamos uma faixa se quer.
A balada acústica, "The Blame Game", finaliza um álbum que com toda certeza estará na lista de melhores lançamentos de 2014 e coloca o Noturnall na lista de bandas que orgulham o metal nacional e nos iguala a bandas consagradas no mundo todo.
Destaque também para a belíssima  arte da capa, criada pelo artista Carlos Fides, da ArtSide.

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